Minha história com a balança começa há muitos anos atrás...
Quando bebê era fofa, bochechuda, cheia de dobrinhas; modelo perfeito para um bebê; época onde ser redondinho é uma qualidade.
Na infância comia sim coisas saudáveis (mais por insistência da minha mãe), mais também coisas gostosas e engordativas e assim fui mantendo a forma (Redondinha).
Tenho um irmão que sempre foi, não só magro, mais sarado! Lembro que quando brigávamos (brigas normais de irmãos); meu irmão podia me xingar de tudo, mais se ele me xingasse de GORDA ficava deprê por dias... Era como se eu não quisesse enxergar que realmente era como ele me descrevia.
Na adolescência era mais gordinha do que pelo menos 90% das amigas. Dizem que gordinha com gordinha se identifica não é? Então coincidência ou não 3 das minhas melhores amigas eram gordinhas. Na área da paixão também, sempre tive uma queda pelos gordinhos.
Recordo-me quando eu e minha vizinha ficávamos na garagem lá de casa sonhando no dia quando exterminaríamos todas as meninas magras e restariam só nós, gordinhas vaidosas e bonitas, pois apesar do excesso de peso sempre gostávamos de estar na moda, arrumada, maquiada...
Cresci e era a melhor amiga dos meninos, todos adoravam contar suas paixões, paqueras pra mim, era a cupido das histórias. Fui crescendo e me sentia inferiorizada, diferente e até menos interessante, digamos assim, das outras mulheres, “simplesmente” por estar acima do peso. Aparência não é tudo, sempre tive minhas qualidades, mais principalmente quando criança/adolescente, aparência conta demais e pra muitos é o mais importante; infelizmente. O preconceito existe sim e é muito grande ainda em tempos modernos!
Minha mãe era a minha maior incentivadora para emagrecer, me levava a nutricionistas, nutrólogas, endocrinologistas, academia de dança, omprava produtos diets e lights, fazia uma comidinha especial pra mim... Lembro de uma vez que passou na TV um produto que vc batia com água ou leite e podia adicionar uma fruta e substitua este produto pelo café-da-manhã e jantar e como tantas outras dietas este faria vc perder muito peso em tempo recorde e sem perder a saúde. Minha mãe comprou e com poucos dias o “bendito” chegou. Ao experimentar o tal produto que na TV parecia um Milk shake dos deuses, quase vomito. Que coisa horrível! Nem minha mãe que era super controlado no quisito dinheiro e não se conformava em ter jogado o dinheiro fora, agüentou tomar o produto todo. Batemos com leite, suco de fruta, iogurte, várias tentativas com o objetivo de torná-lo "bebível" pelo menos, mais sinceramente não deu.
As vezes passava uma moça com um corpo bonito, e minha mãe dizia: Um dia ainda vou te ver assim... E quando eu começa uma dieta e não conseguia fazer ela me falava: Tem que ter força de vontade filha! E eu respondia: Vontade eu tenho mãe, falta à força! Essa força eu procurei em vários lugares, dietas, revistas, internet, pessoas... Só depois de muito chão eu descobri que essa força estava mais perto do que eu imaginava, estava dentro de mim. Forças externas são importantes sim, mais a força mais importante esta dentro de nós, é o querer, são os motivos que nos fazem querer emagrecer e nos manter magra. Eu listei muitos e tenho certeza que todo gordinho tem uma lista extensa.
Infelizmente só listar estes motivos não foi suficiente pra mim.
Eu estava até conseguindo manter um peso bom, proporcional a minha altura, até minha mãe adoecer e falecer, eu me casar, engravidar... Aí o problema se tornou um problemão.
Quando estava grávida de 7 meses meu marido fez a cirurgia de redução e foi um sucesso. Fez a cirurgia com 134kg e atualmente pesa 64kg, ou seja, perdeu mais peso do que o que possui hoje, eliminou exatos 70 quilos; e o melhor, com saúde, sem muitos sacrifícios. Foram 6 anos de namoro tentando emagrecer juntos, queria aquilo pra mim também. Decidi que depois que minha filhota nascesse ia tentar mais uma vez emagrecer, senão desse ia encarar a redução também! Só que eu não admitia fazer o que os médicos mandavam: engordar, me tornar obesa mórbida para fazer a cirurgia! Se eu já estava me sentindo tão mau com aquele corpo que estava, engordar mais 10kg (quantidade certa para me tornar mórbida) pra mim era inviável, inaceitável. Decidi que faria os exames necessários e levaria a perita do plano de saúde, se ela autorizasse eu fazer a cirurgia com aquele peso, ótimo, senão, não iria fazer! Pra minha surpresa a médica perita disse que como eu tinha problema de coração eu podia sim fazer a cirurgia, já que se tratava de uma comorbidade. Sendo assim em maio/2009 eu fiz a cirurgia. Grávida de 9 meses cheguei no meu máximo 113kg, antes da cirurgia, no pré-operatório cheguei a 103,400kg. E em menos de 2 anos sair da casa dos 100kg para 70kg. Na verdade atualmente meu peso oscila em 69 e 73kg, mais a minha meta é 64kg! Para conseguir alcançá-la resolvi repaginar meu blog e ir tentar cumpror mais uma etapa, talvez a mais dificil, que é aprender a comer.
Digo a todos que a cirurgia de redução não é milagre. Conheci pessoas que a fizeram e não emagreceram, ou fizeram e não chegaram nem perto de onde gostariam de chegar, umas por causa de problemas de saúde, outros por safadeza mesmo, por acharem que era só fazer a cirurgia e pronto. Você reduz o estômago, a cabeça não. Por isso é importante o acompanhamento psicológico e nutricional. Usar esta fase de emagrecimento, de transformação para se repaginar, mudar não só por fora mais a essência, os maus hábitos, melhorar a qualidade de vida.
Nesta etapa de finalização, onde estou contando nos dedinhos das mãos para alcançar minha meta, pretendo aprender a comer, me reeducar. Acrescentar mais saladas e frutas ao meu cardápio, diminuir até não tomar mais refrigerantes, diminuir a ingestão de produtos nada nutritivos, dar preferência aos alimentos integrais, acrescentar a atividade física no meu dia-a-dia e assim levar uma vida não só mais magra como principalmente mais saudável.
Com a ajuda de todos que estão no mesmo barco que eu, com a ajuda de vocês que passam por aqui pelo meu blog e deixam seus comentários e dicas, com minha força de vontade para me tornar uma pessoa não só melhor por fora, mais também por dentro é que espero alcançar este sonho e tantos outros que aos poucos dividirei com vocês.
Um beijo carinhoso, Lara.
